terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Homem Nerd



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Revista Lama n°1

Álvaro A. L. Domingues
01/12/2009


Lama é uma revista pulp especializada em Fantasia, Suspense e Terror. Pulp é um tipo de publicação, surgida nos anos 20, feita com papel barato (aí o nome pulp, polpa), visando principalmente a diversão.

O projeto gráfico procura lembrar uma revista antiga, com as marcas do envelhecimento de suas páginas. Os textos são enriquecidos por ótimas ilustrações.

Este primeiro número é aberto pela fotonovela policial “17:30 e Já é Noite em Curitiba”, de autoria de Fabiano Vianna. Fotonovelas foram bastante populares nos 50 e 60, percorrendo as páginas das revistas femininas e algumas publicações exclusivamente voltadas para este tipo de narrativa. “17:30”, apesar de resgatar um gênero antigo, busca inovar na linguagem, rompendo o modelo de “quadro a quadro” característico. As cenas se superpõem sem que haja um limite claro entre elas. As falas dos personagens e a narração aparecem como se fossem tecladas numa máquina de escrever. O recurso funciona bem para criar o clima da narrativa, mas algumas vezes dificulta a leitura.

A seguir temos o conto “Teu Sangue em meus sapatos engraxados”, de Ana Paula Maia (autora de A Guerra dos Bastardos). Trata-se de um delírio descrito em primeira pessoa de alguém que vaga pela noite. Não temos outra informação a não ser o que ele fala. E fala em monstros que o perseguem e de seus sapatos sujos de sangue. Ao leitor, conduzido pelos desvarios do narrador, só resta imaginar o que poderia estar acontecendo.

Giulia Moon nos brinda com “Gueixa”, um conto com sua personagem Kaori. Trata-se de um bem conduzido conto, onde uma gueixa cuida de seu cliente. Um texto levemente erótico, conduzido como se fosse um solo de violino, que de repente é quebrado.

“Mórbidas Confissões”, de Assionara Souza, conta a história de um relacionamento tumultuoso entre um estudante e seu avô, que conduzem a uma vingança.

“Dr. Hannibal apaixonado”, de Luiz Felipe Leprevost, é uma história de um amor mórbido de um psicopata canibal por sua vítima, contado do ponto de vista do assassino.

Daniel Gonçalves nos conta em “No silencio da mata” a trágica perseguição na Mata Atlântica de alguns excursionistas a um animal aparentemente desconhecido. Desta vez não foi o gato que foi morto pela curiosidade...

“Álbum de Família”, de Martha Argel nos conta história de alguém que tem dois pais e duas mães, ou melhor, um pai e o resto...

“O Aleph de Botafogo” de Simone Campos, recria “O Aleph” de Borges no Rio de Janeiro, de uma forma muito bem humorada.

A Idéia de Fabiano Vianna, e literalmente a história de uma boa idéia. Como podemos ter certeza de que a idéia que nos encomendaram era realmente boa?

Uma carta que é entregue a um morto é o ponto de partida para o conto “A carta”, de Emanuel R. Marques.

Em “O Anjo da USP”, de Gisele Pacola, uma conversa entre duas amigas conduz a um relato sobre um violento caso de estupro. E o criminoso pode ser qualquer um.

Fechando a edição há uma pequena coleção de micro e mini contos de Rodriane DL.

Como se pode notar, Lama traz ao leitor realmente uma grande variedade de temas indo do policial à fantasia, passando pelo terror sutil e o horror cru. Maiores informações, clique aqui.

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